sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008






Ele fica lá sentado do outro lado da rua,
com o skate numa mão e uma história de vida para poucos, na outra.
Ela o observa atentamente, mesmo de longe
as vezes ele a assusta, ela é misteriosa, por mais que conte da sua vida, ela continua com aquele ar.
Sabe-se que ela não contou nem a metade. E não contará.
O que os dois tem em comum?
A capacidade de impressionar e afastar as pessoas, mas não é um afastar de corpos, um afastar de mente, uma coisa única que se aprende após se sofrer muito.
Os olhares valem muito mais que palavras, eles também já sabem disso.
Cigarros agora são proibidos, ao menos neste último momento.
Ela se preocupa muito com as opiniões dos outros. Mas não admite que procurem outra dentro dela.
Ela tem nojo de si mesma, de suas idéias, ele gosta de estar sempre certo.
Ela não o ama, não mais.
Outro veio e lhe propôs um sentimento que ela não conhecia, em troca ela lhe entregaria o seu coração.
Agora este outro ocupa os pensamentos mais sangrentos dela e ela ainda não compreendeu o sentimento. Mas gosta.
Isso seria errado?
E quem disse o que é certo ou errado?
Ele fala em ética, mas ética e uma coisa relativa, como ele pode ter tanta certeza das besteiras que fala.
E todo dia o mundinho dela desmorona, assim como todos os seus sentimentos, alterados, corrompidos, infectados.
O outro agora diz precisar ir, mas deixa o luar e a lagoa, assim como os beijos cheios de sangue que ela tanto gosta. Ele sabe que assim ela não o esquecerá. Nunca mais.
Mas quem a tem?
Por inteira... ninguém.



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