" Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez" caio fernando de abreu
Tento me engolir para me levantar, desespero toma conta mas nada mudou. Não mudou do lado de fora. No meu mundo o caos reina e eu não posso mais lutar, perdi braços, pernas, filmes, poemas, encanto, magia, livros, amigos, doçura, olhar... inspiração. Talvez chova, mas não ajudará. Preciso mergulhar um pouco mais em mim pra achar alguma coisa que valha a pena mostrar aos outros. Espero que o pouco que restou no fundo de mim ainda agrade. Espero que ele me perdoe por fazer esperar. Espero o próximo beijo não ser o último. Espero o tempo, pra coisas passarem e o impulso vital me mudar mais uma vez. Mas se eu tivesse dito não? Tenho certeza que seria diferente, mas eu estaria aqui triste por ter a felicidade nas não e não poder usá-la de imediato? Não. Estaria arrependida por não poder ser amada. Não estaria teria quem me fazer feliz. Não saberia o quanto os sentimentos dele por mim são verdadeiros. Não teria vontade de estar aqui.
Então só nos resta um pouco de paciência, o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade como elas acontecem (tenho lido), não há nada melhor do a sensação que sinto. Mas quando estou só essa sensação deixa de ser boa. Vira desespero. Mas passa.
(Me dê um tempo, depois volto a escrever.)
Estou com ele. A sensação está boa, escrever não quero. Não quero perder o sentimento.
“A maioria pensa com a sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.” Fernando Pessoa
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