quinta-feira, 4 de junho de 2009
dor
Primeiro ela caminhava em uma estrada. De um lado uma entrada para uma floresta escura. E lá foi na ela na sua trilha imaginaria. A escuridão causada pela pouca luz que entrava das centenárias e enormes árvores impedia saber exatamente a hora. De repente ela vê uma retangular caixa amarela, da altura do seu joelho. Sentado encima da caixa estava o homem com quem ela passou os dias na cabeça e nas lágrimas. Sem pensar corre e o abraça. Ele a abraça forte, ela ouve sua respiração seu calor, cheiro. Ele a afasta de seu corpo. Ela para com os braços flexionados com a mão em direção ao próprio rosto, olhando incrédula para ele, sentido apenas as lágrimas que teimavam em cair quente em suas bochechas. Então ela se impulsiona mais uma vez em direção ao amor, mas a floresta começa a afastá-lo dela, mesmo que ela corra em direção a ele de nada adianta, já que o chão se move agora, como se a terra debaixo dela levasse ela sempre pra mais longe dele. Ela ainda podia o ver, mas ele simplesmente a olhava, ainda sentado, sem se mover. E cada vez mais alto ela gritava agora, mais ela corria em direção a ele, mais longe dele a floresta levava ela. E então ela tropeça e cai, chorando, gritando, sem enxergar o que prende seu pé por causa das lágrimas. Então ela esta de joelhos no escuro da floresta fechada e não pode mais ver ele.
Ela acorda, chorando ainda em sua cama. Cobre o rosto para abafar o choro compulsivo. Levanta. Tenta apenas viver com a dor, todos os dias a mesma dor, todo dia a mesma maldita dor, como alguém enfiando uma faca nos seus pulsos e rasgando fundo, até o coração. Dor que muitas vezes a fez dormir em uma bola, sufocando no travesseiro, tentando apenas não pensar.
Ele agora pergunta se ela esta triste.
E ela responde, apenas para vê-lo bem:
- Não, não se preocupe.
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