Abro o os olhos, já preferindo não ver.
Crianças feridas, drogadas, prostituídas, feridas fisicamente e mentalmente nas ruas.
Tenho repulsa e vergonha de usar minhas roupas, de ter minha casa.
Enquanto outro não tem. Nada.
Fingimos não ver, agimos com nojo.
Seria justo? O que é justo?
Não adianta cobrar do governo, reclamar do sistema. A mudança deve começar por nós mesmos.
E nós fugimos dos problemas da sociedade, em vez de querer melhorá-la.
Queremos melhorá-la sim. Mas só na frente dos outros, da boca para fora.
Para fugir disso tudo, dos problemas dos outros, resolvo ligar a tv.
Vejo coisas piores ainda.
Guerras, crianças mortas.
Dizer que quem mata são as armas de fogo é uma tentativa inútil de acobertar a própria e fudida raça.
Quem está por de trás destas armas são pessoas. Diretamente ou não.
Mas todos temos culpa de alguma forma.
“Chocada” e mais ainda sem forças para mudar o canal da tv, continuo assistindo aquela barbaridade.
Grupos comemorando por ter atingido e invadido uma cidade. Morreram milhões.
E as bombas, bombas, estão em minha cabeça.
Será que eles se lembram que mesmo que aquelas pessoas não estão com opiniões iguais a elas, que estes mortos e feridos, são pessoas, como eles?!
Indignada desligo a tv, como se assim pudesse não fazer parte do mesmo mundo que eles.
Vou ouvir musica, comer, e com pouco tempo já esqueço aquilo tudo.
Sou apenas mais uma dos hipócritas.
d-_-b ~> The Cranberries - Zombie
Um comentário:
Claro que merece.
Merece mais que um título até.
Um título gravado em mármore.
Em uma lápide muito fria e pesada.
Postar um comentário