segunda-feira, 7 de novembro de 2016

...keep them still

Ele voltou, trazendo de uma só vez todas as lembranças da melhor época da minha vida. Naquela época eu era tão depressiva quanto agora e talvez por isso não tenha sido capaz de perceber o qual maravilhoso era o momento que eu vivia e a presença dele. Eu não soube valorizar até perder, e não soube perceber que ele, a aura que existe na presença dele era oque eu sempre busquei, até reencontrar. Não sei se me arrependo por não ter aproveitado e mantido tudo o que tínhamos, porém eu acredito que pela nossa imaturidade tudo teria se perdido quaisquer fossem os caminhos, mas também não sei foi satisfatório todo o tempo que estive longe dele. Eu não pude estar com ele nos momentos em que ele mais precisou de mim e isso me acertou como um murro no peito e me tirou o ar enquanto ele me contava, eu quis me agredir, implorar desculpas por ser tão relapsa ao sofrimento dele, mas eu apenas respirei fundo e olhei firme pra ele esperando que pouco de força que eu tenho pudesse consola-lo por todo tempo que eu estive ausente.
Ele mudou. Ele ainda é sensível, mas possui uma grossa camada de cicatriz de todas as pancadas que ele levou. Eu me odeio por ter vivido oito anos achando que ele simplesmente me esqueceu, e que estava muito feliz. Eu me odeio por não ter valorizado no momento certo a pessoa que ele sempre foi, eu estava muito deslumbrada com uma mentira reluzente.
Mesmo agora é um reencontro com um adeus. Eu queria tanto saber o que fazer para não ter arrependimentos de novo, mas a presença dele faz eu me sentir a mesma garota de oito anos atrás. Eu queria ser a pessoa, talvez mulher que ele merece e precisa. Mas ele me disse oi com gosto amargo de adeus.
Eu não consigo parar de ouvir nossas musicas, eu busco tudo que é possível a respeito dele, vasculho tudo que posso a respeito da vida dele, como que procurando absorver todos esses anos dentre as musicas, as fotos, os filmes, tudo a respeito dele.

Mas mesmo agora eu sinto que ele é como uma onda quente e forte que me derrubou, mas que lentamente está me deixando e se afastando cada vez mais. Eu espero que um dia essa mesma água retorne e que eu esteja prepara pra ir junto e nunca mais soltar. Mas esperar um destino incerto é tão doloroso, não deixarei a presença dele se afastar nunca mais. Nele é que eu encontro meu único ponto de referência de mim mesma, não quero voltar a vagar na praia.