quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O Café




Em minha frente havia uma janela, daquelas com vidros escuros onde apenas quem está por dentro podia ver o outro lado.
Era manhã de quinta-feira, uma triste manha de quinta.
Fui até o balcão e pedi um café, eu tinha passado a noite toda andando pela cidade e suas praças, eu precisava de alguma coisa que me ajudasse a me manter em pé. Não faço idéia de que horas eram, mas sabia que era muito cedo pois aquele café bar havia acabado de abrir as portas, e era o único.
Sentei em uma das mesas que se encontravam ao fundo do bar. Bem perto das tais janelas que mencionei. Me senti confortável assim. Sabia que não me notariam e que poderia ficar a sós com meus pensamentos.
Enquanto sentia a fumaça perfumada do café, eu observava o mundo lá fora. Eu definitivamente não tinha mais força para viver, queria ficar alí para sempre. Mesmo sabendo que não seria possível.
Eu sentia uma dor imensa no peito acompanhada de um nó na garganta, mas minhas lágrimas já haviam secado, eu tinha as deixado pela cidade...
Não havia muito movimento na rua, mas em minha cabeça um turbilhão de pensamentos. Eu não sabia como pude deixar as coisas chegarem aquele ponto, eu não sabia como reagir, eu não sabia como prosseguir, eu não sabia mais de nada.
Fiquei algumas horas pensando no que fazer naquele momento. Definitivamente eu não queria mais sentir nada, não queria mais ver nada, fiquei horas sentado na mesma posição. Talvez a única coisa que mudara é quando o garçom me oferecia outro café e eu sempre aceitava. Café, hoje, meu único vício.

Já estava anoitecendo quando resolvi negar a bebida alcoólica que o garçom me oferecia agora, pagar minha conta e voltar a andar pela cidade. Já estava um pouco escuro, mas aquele bar começou a encher e me encher.
Andando pelas ruas acabei parando em frente a minha casa, as luzes estavam apagadas, eu sabia disso, mas como desejei que estivessem acesas, que ela estivesse lá dentro.
Eu não soube como pude fazer aquilo, eu poderia ter evitado aquilo, eu poderia ter salvado ela..

Entrei observei cada mobília me lembrando de cada momento que nós estávamos juntos,cada momento em que estávamos bem. Me sentei em nossa cama, observei a atmosfera gelada, ainda podia sentir o perfume dela por entre os lençóis.
Recostei um pouco no travesseiro acaricie como se fosse ela. Senti seu cheiro e assim adormeci.
Acordei sentindo um cheiro maravilhoso do café que só ela sabe fazer. Me levantei desesperado parei na porta da cozinha, a mesa estava posta, o café acabara de ser passado e o perfume delicioso dela no ar. Mas eu não a via.

E assim eu passo o resto de meus dias. Eu sei que ela está aqui, eu não posso toca-la, nem vê-la, mas ela está aqui, sempre cuidando de mim. E agora eu tenho de ser bom, para encontrar meu amor, quando eu deixar esse mundo.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

resumos dos dias.



Allan Poe que me perdoe, mas seus contos me viciaram, tanto quanto a bebida a ele.
Tem me ajudado bastante a sair do meu mundo. E entrar em um pior.
A eu ando obscena, me sinto tão bem. É como a mordida de um gato.
Patética.

Eu não me sinto bem
Não quero consolo também não.

Eu não consigo acreditar em Deus. Vá agora me julge ... a vontade!
Mas vocês não são ninguém!

Parei de escrever porque ando fazendo esculturas
Nada demais, coisas como quadros escuros e plantas que sangram
Não pedí opinião de ninguém! Se você gostar você esta mentalmente doente.
Como eu.

Minha gata ainda possui os dois olhos.
Agora sei porque não devemos ferir aquilo que amamos.
Pode ser prejudicial a nós mesmos. Eles serão vingados.

Está ficando escuro.
Tenho que ir.
Vou ensangüentar mais uma mandrágora.
E te dar boa noite...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

sem tempo para postar.






Titulo mentiroso...
Não estou afim mesmo.
Mas queria colocar ess foto aqui.
Nhaa.. nao tenho que me explicar o blogger é meu!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

dor




Talvez esse seja o fim, ou o começo da minha depressão.
Eu não sei.
Sei que queria me repartir ao meio agora mesmo.
As vezes penso que nem mereço a felicidade,
é como um horizonte bem ao longe, tão distante de mim.

Eu uma pequena criança, permaneço ajoelhada por ele.
Observo a vida acontecer pelo lado de fora.
Enquanto por dentro de mim há um rio que não para de jorrar,
lamúrias sem fim, minha alma negra se engrandece
uma torrencial de tristeza sem fim.

Oh, como eu queria não existir,
só pra ver se assim eu me odiaria menos.
Eu queria tanto poder me desculpar, eu queria mostrar o amor que sinto.
Mas eu estou tão errada, eu destruí o mundo
Eu não sou mais nada.

Ele só queria saber o porque, que nem eu mesma sei
Eu só queria saber como fazer para parar essa dor
Só queria saber como faz para tirar aquilo dele, e ter ele bem pra mim

Vejo anjos desaparecer, ouço uma musica, observo a lua
Isso me ilumina
Carícias do vento
Tudo me mostra você
Onde eu mais quero estar
Ruínas de mim. E eu só penso no quanto te amo.

domingo, 10 de agosto de 2008




" Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez"
caio fernando de abreu

Tento me engolir para me levantar, desespero toma conta mas nada mudou. Não mudou do lado de fora. No meu mundo o caos reina e eu não posso mais lutar, perdi braços, pernas, filmes, poemas, encanto, magia, livros, amigos, doçura, olhar... inspiração. Talvez chova, mas não ajudará. Preciso mergulhar um pouco mais em mim pra achar alguma coisa que valha a pena mostrar aos outros. Espero que o pouco que restou no fundo de mim ainda agrade. Espero que ele me perdoe por fazer esperar. Espero o próximo beijo não ser o último. Espero o tempo, pra coisas passarem e o impulso vital me mudar mais uma vez. Mas se eu tivesse dito não? Tenho certeza que seria diferente, mas eu estaria aqui triste por ter a felicidade nas não e não poder usá-la de imediato? Não. Estaria arrependida por não poder ser amada. Não estaria teria quem me fazer feliz. Não saberia o quanto os sentimentos dele por mim são verdadeiros. Não teria vontade de estar aqui.
Então só nos resta um pouco de paciência, o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade como elas acontecem (tenho lido), não há nada melhor do a sensação que sinto. Mas quando estou só essa sensação deixa de ser boa. Vira desespero. Mas passa.

(Me dê um tempo, depois volto a escrever.)


Estou com ele. A sensação está boa, escrever não quero. Não quero perder o sentimento.

“A maioria pensa com a sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.” Fernando Pessoa