quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Chegou mais uma vez




Mais uma vez sofrer para crescer
Mas meu amor eu não vou te deixar sozinho
Por maior que seja meu sofrimento

Minha mãe me disse algo como aquela frase:
-Há males que vem para o bem.
E é nisso que eu quero acreditar hoje
Eu queria tanto ajudar
Mas eu não posso
Então apenas tento fazer o bem e espero o dia de amanhã

Eu preciso chorar, mas isso fere meu orgulho
Eu sou tão criança.
Toda vez que eu penso que estou bem
Que já me tornei uma pessoa melhor
Alguma coisa acontece só pra me mostrar que não é bem assim
Mas a merda de vida é assim

Mas meu amor eu sei como as coisas são
Sei que abaixar a cabeça não resolve
Mas eu ainda posso abaixar minha cabeça
Eu ainda posso sofrer pelos outros
Eu ainda posso me colocar no fundo do posso e passar a noite sem dormir

Eu me sinto sozinha
Eu não tenho amigos que me entendam
E não quero saber o que pensam sobre isso
Eu quero dormir

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

não desistir (?)



A garota que antes pensava na morte como solução para tudo
Hoje pensa em lutar, vencer e nunca desistir
O que ouve com a pobre criança?
Simplesmente agora ela tem alguém por ela
Ela está por alguém.
A vida tem um breve significado: Que vença o melhor!
Não, ela não quer vencer, quer apenas o ajudar a alcançar o melhor
A vida é curta, é breve, a saudade logo tomará conta de tudo
Como um oceano inundando sua cabeça
Porém é melhor uma grande saudade que uma grande decepção
Você consegue sentir o gosto da derrota quando perde novamente
Mas nós não iremos desistir
O mundo é pequeno perto de que eu tenho dentro do peito
Não jorram sangue pelos meus olhos
Mas deveriam, pelas porcarias que andam sobre tal mundo
Eu não me envergonho de existir, me envergonho da minha espécie
Que nada de bom faz
Me sinto parte dessa massa, mas ao menos não me sinto uma alegre ignorante

Eu amo, e com amor olho pro mundo, mas nem assim me agrado
Mas brindemos! Aos alegres ignorantes!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008




Não fui, na infância, como os outros
e nunca vi como outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para a alegria.
Tudo o que amei, amei sozinho.
Assim, na minha infância, na alva
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,
a encadear-me, o meu mistério.
Veio dos rios, veio da fonte,
da rubra escarpa da montanha,
do sol, que todo me envolvia
em outonais clarões dourados;
e dos relâmpagos vermelhos
que o céu inteiro incendiavam;
e do trovão, da tempestade,
daquela nuvem que se alteava,
só, no amplo azul do céu puríssimo,
como um demônio, ante meus olhos.

Edgar Allan Poe.