domingo, 20 de setembro de 2009

sociedade




As mãos do pai estavam marcadas com sujeira, dos dias passados, percorrendo a estrada, bêbado e sujo. Em quanto isso, em ruas do norte estava a mãe, de dia servindo bebidas em um bar e de noite se servindo. Enquanto isso a única coisa que eu pude ver foi aquele pequeno sorriso, e os grandes olhos de medo. Todas as noite aquela criança se trancava em casa enquanto a mãe estava nas ruas, e quando a mãe retornava eram mais lágrimas de dor. E eu me pergunto do que essa gente reclama?
Um homem solitário caminhava na rua, e observando pude ver que ele chorava, -pobre maluco está aqui todos os dias.- me disse uma senhora. E eu pude ouví-lo falando sozinho. Ele dizia: -Porque você teve que ir embora? Você teve que ir embora. Mas eu sei que você tentou se despedir meu amor. Eu me mantenho aqui pela minha promessa, que porra de Deus que me tirou tudo que eu amava, porque não posso encontrar você amor? - E assim ele adormecia todos os dias no banco da praça em frente ao bar, visto como um pobre louco. E porque tanta gente acha que sabe que é sofrer?
Um homem aprendeu violino nos tempos de menino, perdeu tudo, passou a toca-lo na rua para ganhar algum dinheiro, mas ninguém que passava pode ter um momento para ouví-lo, todos apressados, todos atrasados, todos cansados e triste. (Que tristeza?) Me permití um momento para ouví-lo e descobri uma musica encantadora em um violino velho. Eu não tinha dinheiro, em troca ouví uma palavra de carinho, e uma bênção, palavras belas para quem sabe ouvir, que iluminaram meu dia. E eu me pergunto, o que é que ilumina o dia dos passantes?
Uma garota entrou num ônibus indo para escola, sem dinheiro para passagem um homem lhe retirou do ônibus, dizendo fazer a lei. E espancou a garota com o cassetete ali mesmo na frente de todos, todos vendo os gritos de dor, uns achando certo, outros nem olhavam, senhoras dizendo pobre mocinha. O ônibus passou deixando a garota tentando se levantar. E eu me pergunto, para que serviu isso ?
Então sociedade meu maior medo é fazer parte de você.