segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

wicked game.



Acordei com vontade de andar um pouco. Me levantei vesti uma camiseta grande - era a camisa dele - ainda com o short de dormir e sai. Andei um pouco pelas ruas ainda pouco movimentadas. Ainda era muito cedo, o sol nem tinha nascido. Muito frio e eu me encolhia, mas continuei andando.
Passando por uma rua eu vi um lugar diferente, que eu nunca tinha visto, mas fui até la, era uma espécie de praça fechada, parecia esta abandonada a algum tempo. - Maravilha ... - resmunguei - Sentei em um dos bancos sujos, cheios de folhas, comecei a observar aquele lugar. Velhas árvores tortas que invadiam prédios velhos e muitas folhas secas, por todo lugar. Apesar de tudo eu me senti tão bem ali, que quase podia sorrir, por nada, apenas por estar ali.
Me deitei no banco, estava realmente muito frio, e a pedra gelada queimava onde tocava minha pele. As folhas se agarravam ao meu cabelo e mais outras caiam encima de mim, derrubadas pelo vento. Eu fiquei olhando aquele lugar tão lindo e tão sombrio, imaginando o que ele acharia disso.
Adormeci. Sonhei que eu estava caminhando numa praia fria, eu podia sentir o perfume dele, podia ouvir sua voz cantando uma música que eu desconheço, mas tão boa de ouvir, podia sentir seus olhos lindos me observando... Mas ele não estava em lugar algum. Eu girava meu corpo observando todos lugares possíveis, mas não via nada, ninguém estava la. Mas eu continuava andando, e me virando pra olhar para trás na esperança de encontrar ele. Tinha momentos que eu chegava a ver alguém, e andava mais rápido para ver, mas desaparecia e eu continuava meu caminho pra lugar nenhum.
Senti uma mão leve tocar meu rosto, acordei assustada, mas não havia ninguém. O sol estava nascendo e eu percebi que minhas roupas começavam a chamar atenção das poucas pessoas que passavam. Voltei para casa, tomei um banho quente vesti a camisa dele e voltei para minha cama. Agora observando o telefone, esperança tola. Mas eu tinha ao menos esperança.

sábado, 19 de dezembro de 2009

medo.


Paro um pouco para poder escrever em poucas linhas sobre o que ainda me resta. Céu acinzentado la fora, não é a bela “hora mágica”. E eu espero resposta pelo perdão que eu implorei. Eu tenho mudado tanto... jamais me imaginei pedindo perdão, e aqui estou eu, implorando, mas não tendo culpa alguma. O silêncio que antes me deixava ansiosa, agora apenas me serve para enfatizar a solidão. O barulho de crianças brincando, suas mães os chamando e o latir dos cães . Parece tudo tão distante. Estar sozinha é a última forma de que eu deveria estar agora.


A respiração descompassada. Coração acelerado. Vontade de chorar sem lágrimas. Isso se chama medo da perda. Porque o que eu tenho é medo de perder o pouco que conquistei. Eu só espero que esse medo um dia tenha fim. Porque das outras coisas eu já estou certa que tudo chegou ao fim.